31 de outubro de 2014

Biclas

Em primeiro lugar devo dizer que não tenha nada contra bicicletas. Nas minhas férias de Verão em criança eram presença diária na minha vida.


O que eu não gosto é de fundamentalismos, sejam de que tipo forem, como se os problemas do mundo fossem resolvidos por pessoas andarem em cima de duas rodas.


Vem isto a propósito da aberrante lei que concede poderes especiais a quem hoje em dia se monta numa bicicleta.


Neste momento temos carros a andar na estrada, pessoas a andar nos passeios e bicicletas que podem andar em qualquer lado, passando de estradas para passeios e vice-versa como se o mundo fosse apenas deles. Os ciclistas são, hoje em dia, uma espécie de taxistas verdes, ou seja, em nome supostamente do ambiente consideram-se donos de estrada.


Basta ir a uma estrada nacional concorrida como a Marginal que liga Lisboa a Cascais para percebermos o perigo que representam, não apenas pela velocidade e obstáculo que apresentam,tanto mais que hoje em dia já não precisam de andar em fila indiana podendo andar em paralelo e obrigando os automóveis a guardarem penso que pelo menos 1.5 metros nas ultrapassagens (e isso, na maior parte das estradas nacionais com duas vias como a Marginal obrigaria, para cumprir o estabelecido ou a não se fazerem nunca ultrapassagens na faixa da esquerda ou a ultrapassar-se pisando o traço contínuo que divide as faixas).


Já para não falar no facto de muitas das vezes estamos na presença de pessoas que efectivamente pouco sabem andar de bicicleta.


Temos assim esta situação curiosa mas aberrante em que ciclistas podem andar livremente em espaços públicos sem qualquer registo, sem qualquer imposto de circulação e sem qualquer obrigatoriedade de seguro, convivendo alegremente com os outros meios de transporte. Isto supostamente em nome do ambiente (como se as cidades nacionais com subúrbios a 20 kms do centro pudessem usufruir efectivamente deste tipo de meio de transporte).