"Rir de tudo é coisa de tontos. Não rir de nada é coisa de estúpidos." (Erasmo de Roterdão)
12 de janeiro de 2018
Resoluções e/ou Desejos de Ano Novo
Estrangeireiting
Vivemos na era dos termos estrangeirismos. De repente tudo dito numa língua estrangeira parece ter um encanto sobrenatural que nós queremos obrigatoriamente vivenciar.
Vamos a uma superfície comercial e, onde antigamente se chamava "senhora a fazer um empadão numa maquineta" hoje chama-se "showcooking".
Já ninguém corre nos nossos dias, agora são tudo "runners" a fazer "running". Mas curiosamente estes continuam a ter dores de burro (e não "donkey pains") provavelmente porque quando lhes dá a dor percebem o quão burros foram em começar a correr. O próprio acto simples de andar adoptou também um floreado, "footing". E pelo meio dos 2 temos o "jogging", que não é bem andar nem é correr que nem loucos como se tivessem saído de um assalto a uma bomba de gasolina, é uma espécie de corrida arrastada, ou como tecnicamente se chama, o sofrimento em estado puro.
Também no trabalho deparamo-nos diariamente com toda a espécie de estrangeirismos. A seguir aos meetings temos logo de dar feedback por email com a check-list das coisas lá faladas.
Não é que eu tenha nada contra o que venha lá de fora, sejam expressões ou pessoas. O que realmente aborrece é que, na grande maioria das vezes, isto é tudo para armar aos cucos (ou em português "to arm the cuckooos").