Sempre que há uma reunião da
Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), eu confesso que fico curioso. Normalmente a Igreja Católica nunca aborda os assuntos que estão na ordem do dia ou apresenta medidas para os mesmos, preferindo divagar sobre assuntos para os quais ninguém percebe como é que têm opinião.
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Desta vez o secretário da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), Manuel Morujão, em nome da Igreja Católica, veio discorrer sobre a possibilidade de a Igreja vir a assumir uma posição pública de apelo aos católicos para que não votem nos partidos que defendem o casamento entre homossexuais.
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Segundo eles, esta matéria “vai dividir os portugueses”, é uma “ameaça”, erguendo-se a Igreja em defesa da “dignidade e da decência” (o que quer que isso seja!), reiterando ainda que “a sociedade não consegue ser ninguém sem as traves mestras que são o casamento e a família”. (são traves mestras, mas só se for um gajo com uma gaja, pelos vistos!! e desde que o gajo não seja padre!).
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Eu confesso que acho sempre curiosa a opinião da Igreja sobre estas matérias, principalmente porque:
- a Igreja Católica tem vivido sempre ao longo do passado na sombra e protecção de governos anti-democráticos (daí talvez ainda não ter percebido bem como é que funciona a lógica dos direitos e deveres numa democracia plena);
- a Igreja Católica não permite o casamento dos seus elementos (a teoria do "Crescei e multiplicai-vos" é muito bonita, mas parece que só serve aos outros);
- a Igreja Católica subalterniza permanentemente o papel da mulher (na ordenação de padres é mesmo discriminatória), mas depois vem defender alegremente a família;
- a Igreja Católica está associada aos mais escabrosos casos de pedofilia por esse mundo fora.
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Com tudo isto, parece-me que as opiniões da Igreja Católica são mesmo bastante importantes para o evoluir da sociedade...
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Eu até compreendo que eles sejam contra o casamento homossexual... Isso iria abrir grandes clivagens dentro da Igreja, na medida em que os padres poderiam querer exercer esse direito (eu sei! eu sei! nem todos os padres são gays... há uns que são bissexuais... )
