Tenho sido sempre, ao longo destes anos, contra a privatização da TAP, já que considero que, nos sectores essenciais da economia nacional, o Estado tem de ter algum controlo da situação, nomeadamente transportes, distribuição de água e electricidade.
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Há cerca de 10 anos a TAP era uma empresa falida, depois chegou um brasileiro e aos poucos foi colocando a empresa nos eixos. Mas depois percebemos que quem rema mais contra a maré têm sido sempre os seus trabalhadores. Parece existir um desejo secreto masoquista de acabar com a empresa e os seus próprios empregos.
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Os voos de médio curso, como os para a Madeira, deixaram de ter refeições a bordo. Parece que não existe pessoal de cabine suficiente para encher uns copos com água e sumo ou distibuir uma sandes que vêm já embrulhadas dentro de uns tabuleiros. Ou seja, aquilo que me parece, é que actualmente o trabalho dos assistentes de bordo limita-se a ser estar à porta do avião a dizer "Bom dia" e " Boa tarde" e dentro do avião a avisar "Costas da cadeira direitas", "Coloque o cinto", "Tem de desligar isso". O trabalho dos assistentes de bordo é demasiado caro para a importância que efectivamente tem, sendo assim, neste rácio provalvente um dos trabalhos melhores pagos no mercado, logo a seguir aos futebolistas.
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No voo para o Funchal recebi, na porta de embarque, uma merendeira em cartão com 4 coisas: uma sandes do tamanho do polegar, um bolo de uma pastelaria que já devia ter 3 dias, um Danacol (para fazer bem ao coração!) e uma barrica de água que, se tivermos sorte, não entornamos ao abrir a tampa de alumínio. Isto tudo dado por assistentes de terra contratadas a empresas de trabalho temporário, apesar das fardas TAP que envergam, com todos os custos associados. Ou seja, a TAP paga a assistentes de bordo que não fazem o seu trabalho e tem de contratar adicionalmente assistentes de terra para fazerem o trabalho que os outros não fazem. Assim é impossível a empresa ser viável !!!
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