1 de outubro de 2011

Crónicas de África (i)

Estou em Monte Carlo, mas apenas no hotel, já que a cidade é Maputo (se eu tivesse uma rede de hóteis também lhe dava nomes de locais interessantes - Maldivas, Polinésia, Bahamas - mesmo que o hotel não passasse de uma pensão com quartos à hora na zona da Damaia.
 
Hoje consegui convencer os meus colegas brasileiros a irem passear a pé pelo centro de Maputo. Acabámos por ter um encontro muito simpático com as forças policiais locais que se mostraram muito interessadas em verificar a nossa identificação. Uma vez que só eu é que tinha o passaporte comigo, começaram a interessar-se automaticamente pelos meticais das nossas carteiras, sob pena de irmos todos para a delegacia. Ainda tentei o truque de ser adepto do Glorioso tal como eles, mas isso só fez com que o valor da gasosa (extorsão) tivesse uma redução de 1000 para 400 meticais.
 
A fuga em passo de corrida também não seria uma opção na medida em que os projécteis que saiem daqueles instrumentos musicais que usam a tiracolo (e que faz aquela famosa melodia ta-ta-ta-ra-ta-ta) eram capazes de nos aleijar no lombo.
 
África é sempre especial e pouco descriminatória a este nível das extorsões... tanto podemos ser assaltados por delinquentes convictos como por polícias... giro teria sido, dentro da catedral de Maputo, o padre nos ter limpo a carteira dos pecados do capital.
 
O hotel tem supostamente sistema wireless, o que significa acesso a internet sem fios... no entanto mais parece acesso a fios sem internet... a piscina parece espectacular, principalmente e dadas as suas dimensões generosas (2m x 3m) para antigas lavadeiras que ainda tenham o fascínio por tanques de pedra...
 
Os táxis aqui são muito sui generis... Não têm taxímetro o que faz com que exactamente o mesmo percurso diário possa custar 150, 200 ou 300 meticais (ainda estou a tentar perceber se terá a ver com as fases da lua ou com a orientação do vento).
 
O meu acesso a informação tem sido muito limitado (quase não há internet e sempre que ligo a RTP África está a dar o Malato). Portanto, a única coisa que sei de há uma semana para é que o Glorioso continua a ser o Maior Clube do Mundo (e que uns bimbos foram assistir a bailado russo)

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