A confirmarem-se as recentes notícias que têm vindo a lume relativamente ao contacto do Ministro da Propaganda deste governo com alguns órgãos de comunicação social, estamos perante um gravíssimo caso, não apenas político, mas sobretudo criminal.
Que o senhor não goste que escrevam coisas sobre a sua pessoa que não sejam do seu agrado, está no seu pleno direito (mesmo até que sejam verdades). Agora, ameaçar black-out noticioso do governo contra determinado jornal só porque não gosta do que lá escrevem já me parece demasiado indecoroso (qualquer dia, fazem como o outro da Madeira e criam um jornal próprio, pago pelos impostos de todos nós, que só dê notícias boas do governo).
Pior que isso é, caso o jornal publicasse determinados artigos, ameaçar divulgar detalhes da vida privada de uma jornalista (mas tipo o quê? que ela gosta de comer frango com as mãos? que toma banho de imersão? que não faz reciclagem? que na cama gosta de ficar por cima?).
É preciso lembrar que toda esta polémica que envolve este ministro começou com o alegado envolvimento do mesmo no caso das secretas e na troca de sms/emails com antigos membros das secretas que tinham acesso a relatórios, por exemplo, da vida privada de pessoas. Não deixa de ser irónico, que depois de negar o envolvimento nestas situações, venha ameaçar divulgar detalhes da vida privada de pessoas. E como é que obteve essa informação?
Num Estado de direito pleno, esse senhor já teria tido vergonha na cara e ter-se-ia demitido.
Num Estado de direito pleno, o primeiro-ministro já teria tido vergonha na cara e demitido esse ministro.
Infelizmente vivemos num País que, à custa da crise e das necessidades que tem, vai vendo os seus direitos e deveres fundamentais serem aniquilados a pouco e pouco por políticos que confundem o exercício do poder com o mandar no País. Direitos e deveres que custaram muito a conquistar.
É necessário ter muito cuidado e atenção a estes protótipos de Goebbels, a estes flautistas de Hamelin, que nos estão a levar por caminhos muito perigosos...
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