Jornalismo

Mário Crespo, jornalista da SIC, veio ontem denunciar uma alegada conversa entre, alegadamente, José Sócrates, Pedro Silva Pereira, Jorge Lacão e um executivo da televisão (que não identifica) em que, alegadamente, o jornalista é alvo de várias críticas.

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O Sindicato de Jornalistas, como se torna já habitual no mundo sindical, veio logo a terreiro afirmar que "a ser comprovado o seu teor, é profundamente condenável, não apenas pelas expressões desprimorosas para a pessoa e para o profissional, mas também por alimentar a suspeita de que o Governo persegue os jornalistas, os serviços noticiosos e os órgãos de informação que não são do seu agrado".

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Pena é que o Sindicato, a ser provado que tudo isto não corresponda minimamente à verdade, também não ache, à partida, tudo isso condenável. É mais fácil tomar logo uma posição corporativa e muito pouco isenta, afinal isenção essa que deveria ser um princípio do jornalismo.

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Nada tenho contra Mário Crespo (acho até que o jornal que apresenta é o melhor do nosso meio audiovisual, muito pela postura que ele sempre apresenta). Agora, custa-me um pouco ver estas manifestações de virgens ofendidas que os jornalistas em Portugal de vez em quando promovem. Um jornalismo que em Portugal, salvo algumas excepções, é um jornalismo sujo, carregado de mentiras que, de tanto que são ditas, se tornam quase verdades inverosímeis junto da opinião pública (e sem consequências para os ditos jornalistas), de truques do diz-que-disse ou do diz-se-por-aí ou de suspeições no ar sem qualquer credibilidade ou fundamento.

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O actual jornalismo, em Portugal, vive muito da analfabetização literal da grande maioria dos portugueses que dão por verdadeiro tudo aquilo que ouvem ou lêem por aí, seja um processo judicial mais mediático ou uma qualquer história de vampiros...