31 de março de 2012

Aos poucos vamos tendo um Estado n(N)ovo...

No seguimento dos confrontos (num jargão mais popular tareão) das forças policiais com os fotógrafos, e no sentido de tentar impedir este tipo de situações, os agentes governativos começaram já a ter as suas ideias (e pior, a apresentá-las publicamente.
 
Uma das alternativas, segundo estes génios, era colocar os fotógrafos sempre do lado da forças policiais para, desta forma, não serem apanhados no meio de eventuais tumultos. Aqui o que está em causa é claramente a limitação do trabalho de fotógrafos e jornalistas, colocando-os com a visão apenas de um dos lados... isto já existiu no passado e não me parece muito democrático.
 
Outra das ideias, e para mim a mais genial do ponto de vista do ridículo, seria os fotógrafos usarem braçadeiras que os identificassem. Isto já foi utilizado no passado, noutras circunstâncias, e só de pensar nisso faz-me perder o sono.
 
Já agora os sindicalistas usariam também uma braçadeira (vermelha, por supuesto), os jovens okupas uma amarela, os velhinhos uma negra, os turistas uma branca e, uma vez que os confrontos parecem agora ocorrer sempre no Chiado, os homossexuais usariam uma rosa. Claro que se fosse um velhinho sindicalista homossexual que estivesse também a fazer fotografias, seriam braçadeiras a mais (nesse caso poderia colocar simplesmente a bandeira arco-íris sobre o corpo, tipo capa).
 
Cavaco Silva, que me continuam a insistir que é na realidade o Presidente da República embora eu tenha dúvidas, demorou uma semana a comentar este triste espectáculo que se assistiu (talvez por não achar assim tão estranho já que as últimas cargas policiais foram no seu legado).
 
Nós não somos a Grécia... mas se Portugal fosse ao "A Tua Cara Não Me É Estranha" imitar a Grécia ficaria decerto muito bem classificado (não, à frente do Toy a imitar a Simone não, mas aquilo não foi uma imitação mas sim travestismo)

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