27 de abril de 2014

Com os azeites...

O monstro (como lhe apelida o Correio da Manhã) de Valongo dos Azeites (toda esta história mais parece um sketch dos Gato Fedorento, a começar pelo nome da terra!) continua a monte (literalmente).

Obviamente não deixa de ser um assassino, mas todas estas peripécias com as autoridades não deixam de criar um leve sorriso na boca ao ouvirmos os desenvolvimentos diários de toda esta historia. Ele são os encontros com o agricultor amigo, o encontro com o padeiro para comprar pão e bolos (e pagos!), por vezes mais parecendo títulos de livros da Anita.

Desta forma, para os próximos dias, espero as seguintes novidades:

"Monstro vai aos Correios"
"Monstro vai pagar a Tv Cabo"
"Monstro vai ao campo cultivar feijão"
"Monstro vai ao Café Central beber minis com a GNR"
"Monstro entrega-se no posto da GNR mas não estava lá ninguém"
"Monstro vai ao Multibanco levantar dinheiro"
"Monstro vai a Turim ver o Glorioso"

26 de abril de 2014

Abril Sempre!

40 anos da Revolução de Abril, um número redondo como as pessoas gostam, como os media adoram para suplementos e cadernos especiais sobre o mesmo de sempre.

Perceber Abril é muito mais do que saber quem foi Salgueiro Maia, os que eram os capitães de Abril, tudo o que se passou naquele dia. Perceber Abril é explicarem-nos o que foram os 48 anteriores desde o 26 de Maio de 1926.

A ditadura daqueles 48 anos, um regime nacional-fascista, é muitas vezes considerada uma ditadura soft, na medida em assenta na figura de um homem que pareceu sempre um velho pateta com uma voz de falsete (ao contrário de "ditadores maiores" como Franco ou Mussolini).

E esse é um dos grandes problemas das nações, esquecerem o seu passado. Quando vejo pessoas na rua a festejarem (e ainda bem!!) Abril mas a queixarem-se de que precisávamos de um novo 25Abril porque isto voltou ao passado é arrepiante, na medida em que demostra um problema de memória muito grande nas pessoas. Por muito mal que possamos estar (e claramente estamos a passar uma fase deveras complicada), nunca estaremos pior do que estavámos na altura do Estado Novo.

Aqueles que fizeram e viveram verdadeiramente Abril de 74 de uma forma activa terão hoje mais de 60 anos. Ou seja, dentro de duas décadas, haverá um mínimo de memórias vivas que possam partilhar aqueles momentos de voz viva. Por isso, as novas gerações têm o dever moral de manter o passado histórico vivo, não apenas para preservar a memória daqueles que tornaram a democracia possível em Portugal, mas igualmente para continuidade da mesma nas gerações vindouras.

25 Abril Sempre!