5 de janeiro de 2013

Um País Imaginário

Imagine-se um País cujo Presidente da República olha para o Orçamento de Estado e tem uma série de dúvidas mas promulga-o na mesma, empurrando a decisão da legalidade para o Tribunal Constitucional como quem diz "eu só vim ver a bola".
 
Um Presidente que, entre o vencimento de Presidente ou a reforma, preferiu receber a reforma. Ou seja, um Presidente amador que parece estar no cargo apenas por carolice. Imagine-se isto.
 
Imagine-se um Orçamento de Estado cujas dúvidas do Presidente sobre a sua constitucionalidade representam 1100 milhões €, valores que representam todos os cortes que irão ser feitos este ano, sejam reduções remuneratórias, suspensões ou agravamento impostos.

Imagine-se um País que, entre aumentos de IRS, sobretaxas e taxas de solidariedade, consegue tributar o mesmo rendimento duas (trabalhadores dependentes) ou três vezes (pensionistas).
 
Imagine-se um Secretário de Estado vir ameaçar que sem estas medidas o FMI fecha a torneira ao País. Imagine-se que isto é dito pouco tempo depois do Estado "ter investido", curiosamente os tais 1100 milhões de €, num banco falido com a desculpa de servir para evitar um risco sistémico no sector (apesar do banco representar apenas 4% do mercado e de existir um fundo de garantia para aqueles que ainda conseguem fazer poupanças).
 
Imagine-se que tudo isto seria real, não em África mas num país europeu, na tal Europa que se diz uma grande defensora dos direitos das pessoas, comparativamente com os demais continentes.
 
Não existe imaginação possível para tanta irresponsabilidade, insensatez e insensibilidade.

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