22 de maio de 2011

Feriados

De vez em quando lá aparece alguém a contestar a existência de, segundo eles, tantos feriados no calendário português. Desta vez foi Passos Coelho.
 
Por mim, confesso que poderiam acabar com uma grande parte deles. Por exemplo, acho estranho que um Estado laico tenha tantos feriados religiosos... por mim ficaria só o Natal e a Páscoa (mas esta até é ao domingo), na medida em que são universais e ultrapassam já o carácter religioso... dos feriados ditos civis, penso que não faz qualquer sentido o 5 de Outubro... ficaria o 10 Junho... mesmo o 25 Abril, apesar de ter um enorme respeito pelo facto histórico, tenho dúvidas que valha a pena ser feriado... ou o 1 de Maio, embora aqui exista também a questão da universalidade...
 
Outra questão que se levanta sempre também quando se falam em feriados tem a ver com a questão das 'pontes'. Eu confesso que ainda não percebi, mas se calhar sou eu que sou muito burro, esta incompatibilidade que algumas pessoas têm com as ditas pontes ou tentar que as mesmas deixem de existir (passando, como parece ser a solução de Passos Coelho, a celebração de alguns feriados para as 2ªs feiras).
 
Vamos lá fazer o exercício. Supondo que um feriado é numa 3ª feira, isso parece que pressupõe logo uma vontade imensa de não trabalhar também na 2ª feira. Ora, não vai acontecer todas as pessoas não trabalharem nessa 2ª feira, já que nessa eventualidade as empresas não tinham ninguém nesse dia (e todos nós que trabalhamos sabemos existe uma coisa chamada plano de férias exactamente para evitar que não esteja toda a gente de férias na mesma altura).
 
Agora fazemos o exercício defendido pelo Passos Coelho: esse feriado passaria para a 2ª feira. Quem é que garante que as mesmas pessoas não poderiam ter a vontade de não trabalhar na 3ª feira? Ou seja, ia dar ao mesmo !!!
 
Para além disso, o tal dia que as pessoas não iam trabalhar para fazer a 'vergonhosa' ponte, e este é um ponto que nunca é abordado, é um dia que as pessoas tiram como férias. Não é uma folga ! Não é gazeta !! Não é uma falta injustificada !! É um dia de férias !! Abatido à conta corrente de férias que a pessoa vence todos os anos.
 
O problema principal é que os políticos ainda não perceberam efectivamente a razão da falta de produtividade dos Portugueses: são os baixos salários, são a falta de liderança das chefias, são a incapacidade de gestão dos administradores (e são também a falta de títulos para o Glorioso !!!)

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