1 de outubro de 2011

Crónicas de África (ii)

Os empregados de quarto do hotel estão a jogar um jogo muito engraçado comigo.
 
Poderíamos chamar-lhe o "jogo da toalha": um dia deixam toalha de banho, outros não... e depois vão trocando com a toalha de rosto... ainda não tive de me enxaguar com a toalha de pés (deve ser para a semana que se avizinha)... eles parece que lhe dão outro nome "o jogo do esquecimento" ou o "jogo do borrifanço".
 
Bem aviso na recepção acerca das falhas, mas já descobri que 1h30m não chega para eles regularizarem as situações e que só podem entrar nos quartos vazios no período da manhã (ou seja, foi lá alguém bater na porta mas eu tinha ido jantar... pelos vistos deveria ter ficado sentadinho à espera que o senhor viesse com a toalha em vez de me ir alimentar... e parece que o senhor que tem a chave da sala das toalhas sai às 22h)
 
Também o colchão é deixado invarialmente no meio do quarto, decerto para me permitir fazer jogging à sua volta (mas se eu quisesse fazer jogging a sério bastava ir à rua, com as sapatilhas calçadas, e gritar em alta voz que tinha 1000 euros no bolso). Ou então para eu tentar encaixá-lo na parede, naquele que seria uma demonstração de Tetris imobiliário.
 
O tipo da lavandaria, quando me foi entregar a roupa, também tentou negociar comigo o preço do serviço, apesar de estar tabelado pelo hotel (supostamente fazia-me um desconto, eu pagava-lhe directamente em dinheiro e ele rasgava o talão de entrega, como se o serviço nunca tivesse existido...)
 
África tem estes mistérios insondáveis (não faço ideia do que isto queira dizer mas sempre me pareceu uma expressão extremamente bonita mas muito difícil de aplicar... ou era agora ou então só quando fosse efectuar o pagamento em gasolineiras).

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