7 de dezembro de 2006

Paula Rego











Uma das mais conceituadas pintoras mundiais, nascida em Lisboa mas a residir há muitos anos em Londres.
A sua obra, influenciada pelo surrealismo e pelo expressionismo, desenvolve-se em telas de grandes dimensões, nas quais narra histórias que reportam à infância, com figuras grotescas, frequentemente extraídas de contos de fadas, mas sempre tratadas de uma forma irónica e por vezes cruel.
Os três primeiros quadros acima reportam ao tema do aborto.

19 comentários:

Anónimo disse...

olá, boa tarde.
curiosa, e pouco comum, a tua referência à paula rego. a crueza do traço pareceria inconciliável com o afecto que ela pinta. eu gosto muito.

Miguel F. Carvalho disse...

pouco comum porquê?... é necessário enaltecer os portugueses que dão cartas pelo mundo fora nas áreas mais distintas...

Anónimo disse...

pouco comum, num sentido estatístico, apenas isso. os artistas plásticos, mesmo os excelentes, têm pouca visibilidade. fala-se mt mais num concerto da mariza no royal albert hall do que nas exposições da paula rego extraordinariamente bem recebidas por todo o lado. a pintura é uma arte mal-amada pelos media.

Miguel F. Carvalho disse...

creio que foi a única artista portuguesa a expor na National Gallery... e é foi integrada no grupo das 4 mais conceituadas pintoras vivas da actualidade.

Anónimo disse...

e merece todas essas distinções. tenho a impressão de ter ouvido que para o próximo outubro haverá uma grande exposição do seu trabalho em Madrid, no Reina Sofia, mas não encontrei confirmação na net.

mtheman disse...

desculpem interromper o vosso diálogo :)

admito que a minha formação no campo das artes deve deixar muito a desejar...

mas não gosto do trabalho da senhora... tal como não aprecio a obra do cutileiro ou do saramago...

e nunca consegui perceber lá muito bem como é que se realiza a entrada nesse grupo dos mais conceituados...

mas concordo contigo sofia, todos os campos deveriam ser alvo de atenção e visibilidade!

de qualquer maneira acho uma boa ideia trazer aqui novos campos pouco explorados estatisticamente :)

Anónimo disse...

tenho a ideia de que isto dos gostos por mais que se racionalizem, e faço-o sempre com mais ou menos convicção, estão para além da teoria. há um lado da nossa apreciação da arte que é anterior à razão, a sensibilidade que desenvolvemos e nos torna mais dispostos a gostar, ou não. não é preciso curso de cinema do conservatório para gostar de um filme, tb não será preciso um curso de pintura para não gostar de um quadro.

seja como for, o mérito do artista não é subjectivo. tem a ver com conceitos técnicos e estéticos que podem e devem ser analisados independentemente dos gostos. o estatuto de "conceituado" é conferido pelos pares, pelos académicos, pelo público, por exemplo, tal como em qualquer outra área.

e desculpa, miguel, o exagero de palavras :)

mtheman disse...

mas não é bem como em qualquer outra área...

se fores ver, maior parte dos artistas conceituados não são reconhecidos pelo público... esse reconhecimento vem sim dos seus pares como tu referes...

e o mais engraçado é que é preciso haver esse reconhecimento para passar a ser arte e passar a ser apreciado pelo público... acaba por funcionar ao contrário...

Miguel F. Carvalho disse...

já li 3 livros do Saramago e confesso que gostei... talvez tenha tido sorte... quanto ao Cutileiro não conheço tão bem o seu trabalho... penso que ficou um pouco marcado pelo que fez no Parque Eduardo VII ou pelo D.Sebastião (em Lagos)... e não creio que o público vá pelo que dizem os 'opinion-makers', no campo artístico ou se gosta ou não... eu não vou cinema pelo que leio nas críticas...

Anónimo disse...

eu confesso-me uma leitora incondicional do saramago.

e a questão da crítica era uma outra discussão. há pessoas que gosto de ler mas não sou nada seguidista de opiniões alheias. e nisso concordo com o miguel, não acho que a crítica "faça" um público, agora que há modas há, mas não só na arte...

mtheman disse...

eu não concordo completamente com vocês... acho que funciona exactamente ao contrário...

a boa ou má crítica faz o público (ou pelo menos a maior parte deste)... disso não tenho dúvidas!

é ver os livros que o saramago vendia antes do nobel e após o nobel... o que é que mudou na escrita do homem??? mudou foi a crítica favorável que ele passou a ter...

se lhe querem chamar "modas" podem... mas não deixa de ser uma indução de gostos, a crítica a fazer público...

nas artes uma boa crítica faz uma pessoa famosa tal como uma crítica má pode arrasar uma carreira...

a diferença é que nas outras áreas existem resultados que podem ser analisados objectivamente... nas artes é tudo muito relativo, tal como tu dizes, depende dos gostos.

Miguel F. Carvalho disse...

o Saramago sempre vendeu bastante... agora é lógico que depois de um Nobel se venda mais... mas isso acontece com qualquer escritor, há uma curiosidade natural... no entanto a posição dos críticos em relação às suas obras creio não se ter alterado com o facto de ter sido galadoardo com o prémio... a crítica sempre detestou o Saramago.

Anónimo disse...

acho que o miguel tem razão na análise que faz à questão do Saramago e do Nobel.

e mais... repara, a crítica é um meio mt mt restricto e, convenhamos, os que leêm os críticos tb não são em número suficiente para fazer best-sellers. olha o caso do código da vinci - foi um fenómeno mediático, não de opinion-makers.

quanto ao fim das carreiras artísticas com uma má crítica, é mais mito do que outra coisa, mas aí estamos no âmbito do reconhecimento pelos pares...

mtheman disse...

querem apostar que se a paula rego fizesse um quadro mas fosse eu a assinar o traço cruel e afectuouso rapidamente seria apelidado de tosco e grosseiro...

e se a paula rego assinasse um quadro feito por mim seria rapidamente classificado de uma lufada de ar fresco no estilo da pintora...

e quem diz quadro da paula rego, diz livro do saramago, diz filme do manuel de oliveira, diz escultura do cutileiro...

Miguel F. Carvalho disse...

isso são cenários hipotéticos sempre difíceis de provar... um artista não é um quadro/disco/livro... é o conjunto ao longo de vários anos...

Anónimo disse...

se apostasses, perdias. estás a fazer tábua rasa de todas as etapas da criação artística. falando em coisas de que já sei que gostas, também apostavas que eras capaz de fazer uma música que passasse por ser dos rem?... aposto que não.

mtheman disse...

não... mas se escrevesse uma musica e eles a interpretassem eles enchiam o pavilhão na mesma :)

e se o nightswimming tivesse sido interpretado por mim pela primeira vez (se eu soubesse cantar claro :)) ninguém me ía ligar nenhuma :)

e não são casos tão dificeis de provar, tens casos de pintores que forjaram (não tou a falar de cópias) obras de autores famosos e que foram vendidas como tal... e que depois se veio a descobrir que eram falsificações (com a tecnologia actual)... muito bem feitas mas falsificações...

houve um caso de um pintor belga que as imitações de estilo dele eram consideradas como o período de maior qualidade do autor original... (não me lembro dos nomes mas foi um artigo na revista das selecções do reader's digest faz uns anos)

Anónimo disse...

mas as falsificações são cópias de uma técnica, nada têm de criação. estavamos a falar de arte!

mtheman disse...

não me expliquei bem se calhar...

o homem limitava-se a copiar o estilo e a assinatura, a obra era original...

para todos os efeitos o falsificador criou arte... a diferença é que pensavam que tinha sido o suposto artista conceituado...