Quanto temos o Vistas a "Olhar em Frente", só falta o patrocínio do Alberto Oculista para isto ser perfeito... tudo isto para o movimento independente Oeiras Mais à Frente.
Ou a onda de slogans que são apenas frases sem qualquer conteúdo mas parecem ficar bem em cartazes.
Quando penso no mais à frente e o no olhar em frente só imagino pessoas a correr muito rapidamente, aos gritos e cheios de medo, sem olhar para trás.
Bem-vindos às autárquicas!!
Marisa Matias pode beneficiar do renascimento recente do Bloco Esquerda para ter uma excelente votação (o que no caso dela seriam entre 8 a 10 por cento). Para além disso, segundo os analistas, está a fazer uma excelente campanha.
Ao contrário do que muitos dos candidatos pensam, fazer uma boa campanha não passa por entrar em cafés para comer bolos e falar de bola com o empregado de balcão, entrar em lares para beijar velhos que estão 8 horas presos num cadeirão, jogar à bola com crianças ou ir a fábricas de chouriças pela enésima vez e fazer a mesma cara de espanto que os cães fazem a qualquer coisa como se fosse sempre uma novidade.
Uma boa campanha é ter uma boa agenda onde se possam discutir matérias efectivamente relevantes para o país (não contar o número de copos de aguardente de cana que se metem na confecção de uma poncha durante uma visita a um bar madeirense "1 copinho, 2 copinhos, 3 copinhos, 4 copinhos, 5 copinhos" by Marcelo).
De não ter tentado discutir diversas matérias fulcrais para o país ninguém pode acusar a Marisa Matias e o Bloco de Esquerda. E isso, pelo menos, já será uma vitória para a democracia.
Edgar Silva é o típico candidato formatado pelo PCP/CDU/PEV/Whatever.
Antigo padre, casado com uma brasileira e militante do PCP (só numa frase que poderíamos classificar 3 preconceitos no autor do texto: ateísmo militante, xenofobia e anti-comunismo, mas serviu unicamente para uma espécie de humor já que me estou a borrifar para com quem ele é casado).
A campanha de Edgar Silva ficou irremediavelmente marcada quando lhe perguntaram se considerava a Coreia do Norte uma ditadura e ele hesitou bastante. Com tantas cassetes que o PCP tem, ainda não arranjaram uma decente para responder a esta pergunta??!?!
Tem um trabalho muito meritório na Madeira, no terreno junto dos mais desfavorecidos, tanto como padre como depois como militante comunista, o qual é sempre ignorado no resto do país (da Madeira infelizmente só vêm notícias dos défices do Alberto João, Ronaldo e seu clã, reveillon, banana regional a 2.99 € no Continente e caras passagens aéreas).
Será um candidato que, fruto do voto útil em 2 dos candidatos de esquerda que ainda tem alguma hipótese de ir a uma 2ª volta, não terá as votações que normalmente o PCP costuma garantir pela fidelidade dos seus militantes.
Vitorino Silva, aka Tino de Rans, é claramente o candidato mais simpático da campanha.
Mas ao contrário do que a maioria dos jornalistas quer fazer-nos crer, como ontem se viu mais uma vez no debate, não é o mais tonto dos candidatos. Candidaturas como a de Paulo Morais, Jorge Sequeira ou Cândido Ferreira estão mais cheias de nada e nem sequer têm o condão de nos fazer rir.
Vitorino é calceteiro mas não é parvo ou analfabeto (como se tivesse de haver relação causa-efeito!), já foi presidente de Junta, já lançou livros e até já participou em reality shows (aqui talvez seja parvo!). E consegue dizer coisas acertadas com uma espécie de saber popular que, não servindo para nos cativar o voto, pelo menos devolve-nos um sorriso e um movimento afirmativo de cabeça.
Mas nem tudo é bom!! Também lançou um disco com este hit:
Hi everybody
I am Tino, the calceteiro man
Rewind, Selecta!
Let´s reggae
One, two, three, four
Pão-pão-pão-pão-pão-pão
Com manteiga é tão bom
Pão-pão-pão-pão-pão-pão
Yeah, yeah
Pão-pão-pão-pão-pão-pão
Com fiambre ainda é melhor
Pão-pão-pão-pão-pão-pão
Yeah, yeah
Boas tascas e amores,
Não te esqueças de ter pão
Yeah, Yeah
Inundo-os em manteiga
Mas com o pão sempre à mão
Yeah, yeah
Pão-pão-pão-pão-pão-pão
Com manteiga é tão bom
Pão-pão-pão-pão-pão-pão
Yeah, yeah
Pão-pão-pão-pão-pão-pão
Com fiambre ainda é melhor
Pão-pão-pão-pão-pão-pão
Yeah, yeah
É o nosso tapa-estomágo
O bagaço e cheiro a trigo
Yeah, Yeah
O jogo de toma e come
O teu sustento, meu amigo
Para mim este é o candidato da cidadania.
O que raio faz um homem de 79 anos, com filhos e netos, empresário de sucesso a candidatar-se a presidente quando podia estar descansado da vida sem ter a chatice de andar pelo país a distribuir panfletos a pessoas em feiras?
Não terá o meu voto mas é seguramente o candidato que mais respeito
Cândido Ferreira é médico e no primeiro debate televisivo leu uma declaração e abandonou o estúdio.
Para saberem mais podem visitar o site oficial da campanha onde podem encontrar uma biografia com coisas do tipo:
"É médico"
"Nasceu em Febres" (óptimo motivo para seguir medicina)
"Tem uma família grande" (inclui primos?)
"Formou-se em medicina na Universidade de Coimbra, com distinção" (mas não sabemos que distinção)
"Mantém a direção de uma clínica de reputação internacional, em Leiria." (fundamentado em quê?)
"Desde 2007 tem uma propriedade agrícola no distrito de Portalegre onde produz, nomeadamente, vinhos premiados" (informação vital para assumir a presidência)
"Bom copo bom garfo, gosta de cozinhar e é membro de várias confrarias gastronómicas." (nota-se!!!!)
"Colecionista inveterado, ao longo da vida recolheu peças no país e no estrangeiro sobre várias temáticas" (quais??!! todos temos curiosidade... se forem outra vez presépios fica muito repetitivo)
"iniciou o processo de doação de um espólio de 700.000 peças à Câmara de Cantanhede para criar na cidade o Museu de Arte e Colecionismo." (desfez-se do lixo que acumulou ao longo da vida)
Maria de Belém perdeu a possibilidade de ser Presidente da República no dia em que anunciou a sua candidatura, o que, convenhamos, é sempre uma altura aborrecida para isso acontecer.
No momento em que Manuel Alegre disse que estava na altura de Portugal ter uma mulher como presidente passou um atestado de menoridade a todas as mulheres portuguesas, na medida em que tenho alguma dificuldade em acreditar que as mulheres queiram ser valorizadas no seu trabalho, não por aquilo que desempenham mas simplesmente pelo seu género.
Quando pensamos em Maria de Belém lembramo-nos vagamente que foi ministra da Saúde, que a laca que usava no cabelo deve ter contribuído bastante para esgotar as emissões de CO2 que Portugal tinha direito via Tratado de Quioto e que era muito pequenina (destas 3 a última ainda se mantém). Ah, e que estava sempre a sorrir, o que não acontece actualmente, seja pela idade ou pela pressão da campanha, mas a verdade é que se tornou uma pessoa rezingona e antipática aos olhos das pessoas.
Eu quando a vejo lembra-me sempre a personagem da "Beauty and Beast" que passou em Portugal nos anos 80 (?) ou 90 (?) (é a boca ou o nariz, não sei explicar). E não estou a falar da personagem interpretada pela Linda Hamilton.
Jorge Sequeira é um conceituado motivational speaker, docente e comentador... não, não é, ninguém o conhecia!!!
Jorge Sequeira é um senhor que tem uma colecção de óculos tão grande como a colecção de sapatos de Imelda Marcos, mas que tem apostado essencialmente num formato que nos faz lembrar Harry Potter. Infelizmente para ele não tem qualquer magia que lhe permita sair de uma votação mais que residual no dia 24.
No entanto a sua campanha marcou já estas presidenciais quando foi entrevistado pelo Juca Magalhães e fez trocadilhos brejeiros com o cartaz/slogan de Marisa Matias ("Uma por todos" que Sequeira transformou num poético "Uma para todos") no Porto Canal (canal que gosta de ter como comentadores fenómenos como este Sequeira, Pedro Arroja e afins).
Ah!! E nas suas conferências de motivação gosta de fazer aquelas coisas com os braços que, normalmente, dão logo uma motivação do camandro a todos aqueles que nelas participam (não o façam é quando forem a conduzir, mais vale conduzirem desmotivados do que arriscarem tirar as mãos do volante)
Ao longo destes quase 10 anos tivemos Marcelo Rebelo de Sousa na televisão a fazer campanha junto dos velhinhos que o acham muito simpático. Marcelo tornou-se assim uma espécie de 'Porteira do Regime', como eu o apelido há vários anos.
Depois de juntar a informação dos jornais da semana e do Expresso de sábado, juntava tudo, fazia umas perguntas aos amigos e depois aparecia na TVI como se fosse aquele boneco do jogo dos anos 80 que acertava em tudo (serão o Sabichão?). Mas efectivamente, para quem estivesse minimamente informado, aqueles domingos na TVI eram simplesmente nada de nada.
Depois de 10 anos de cinzentismo do Sr. Aníbal e da Maria dos Presépios vamos ter um Presidente meio louco (ah desculpem!! fui spoiler não fui?? sim, ele vai ganhar, embora não com o meu voto) o que até poderá ser bastante divertido.
Sempre que penso em Marcelo a primeira imagem que me assoma à cabeça é vê-lo a mandar-se ao rio Tejo enquanto candidato à Câmara de Lisboa. Depois ainda falam do Tino de Rans...
(imagem retirada de wehavekaosinthegarden.blogspot.com)
Paulo Morais é o candidato da corrupção, ou melhor, o candidato contra a corrupção. Quando o ouvimos falar ficamos com a sensação de que em Portugal é tudo corrupto desde os banqueiros até à senhora do 2º direito do nosso prédio.
Tal como Jorge Jesus sonha permanentemente com o SL Benfica, Paulo Morais sonha com a corrupção, principalmente ao nível da promiscuidade entre políticos e advogados (curiosamente ou não Paulo Morais já foi político activo).
Infelizmente Paulo Morais sofre de um síndroma muito típico dos portugueses em que o mal está sempre nos outros mas depois não conseguem identificar em concreto o que é que está efectivamente mal. Isto é, ouvimo-lo a falar muito de corrupção mas depois denúncias concretizadas, casos concretos, provas irrefutáveis, tudo isso fica no tipicamente denominado 'águas de bacalhau'.
Mas Paulo Morais, entre todos os candidatos, é o que tem o cabelo mais divertido de todos, uma espécie de versão portuguesa de Donald Trump porque não sabemos muito bem o que é aquilo (estejam atentos! acho que existem modelos da Playmobile com aquele aspecto).
Muitos dirão que não se deve brincar com características físicas das pessoas, mas a verdade é que se aquele cabelo não for mesmo dele não se trata propriamente de uma característica física mas sim de um aplique inorgânico. Além disso, se aquilo não for verdadeiro, ele estará já, logo à entrada, a mentir aos Portugueses.
Não, este blog não renasceu!!! Há muito que Zuckerberg matou os blogs.
Mas as eleições presidenciais de 24 Janeiro, de tão interessantes que parecem ser (boring!!) merecem algum destaque neste espaço.
Vou tentar fazer uma análise o mais rigorosa (não!), lúcida (não!) e inteligente (não!) de todos os candidatos, mas o mais provável é serem apenas patetices.
Mas neste blog não vamos levar um dos candidatos ao colo como está a fazer a comunicação social. Neste blog a ordem alfabética dos candidatos não começa com o Arcelo Rebelo de Sousa!!
A ordem de análise dos candidatos é perfeitamente aleatória, tendo sido escrutinada numa daquelas máquinas em que até a Serenella Andrade sabe mexer para nos dar os números do Joker e dos sorteios das facturas.
No fim destas análises os eleitores estarão eficazmente preparados para poderem escolher o seu candidato (ou então para irem passear no dia 24 Janeiro caso esteja bom tempo ou jogue o Glorioso).
"É tempo de Portugal ter uma mulher na Presidência da República. Muitas das críticas a Maria de Belém partem de preconceitos sexistas e machistas". (Manuel Alegre, 18.08.2015)
Confesso que a mim custa-me sempre entender a defesa da igualdade pela discriminação. Ao afirmar que agora é tempo de ter uma mulher na presidência, indirectamente Manuel Alegre diz-nos que há um ano, há 5 anos, ainda não era tempo. E porquê? Não sabemos porque Alegre não diz.
No EUA há uns anos também se dizia que era giro ter um preto/negro/de cor (riscar o que vos soar pior) na presidência, já que ainda não se podia ter uma mulher. E que no futuro seria curioso ter um hispânico.
A defesa da igualdade de género pelo 'fenómeno engraçado e curioso' não me parece a forma mais feliz de promover as mulheres. Qualquer dia também poderá ser engraçado ter um coxo a primeiro ministro, ou um deficiente mental a presidente (esperem! neste último caso isso já terá sucedido).
Da mesma forma que não acredito em quotas na Assembleia ou nas listas dos partidos. Acho que nenhuma mulher deveria aceitar a existência de quotas em qualquer lista que seja porque isso remete para uma espécie de curral social.
Dizer que Portugal já está preparado para ter uma mulher na Presidência é um vexame para as mulheres. Eu prefiro acreditar que Portugal esteja pronto para ter novamente um Presidente decente, seja uma mulher ou um homem.
Em primeiro lugar devo dizer que não tenha nada contra bicicletas. Nas minhas férias de Verão em criança eram presença diária na minha vida.
O que eu não gosto é de fundamentalismos, sejam de que tipo forem, como se os problemas do mundo fossem resolvidos por pessoas andarem em cima de duas rodas.
Vem isto a propósito da aberrante lei que concede poderes especiais a quem hoje em dia se monta numa bicicleta.
Neste momento temos carros a andar na estrada, pessoas a andar nos passeios e bicicletas que podem andar em qualquer lado, passando de estradas para passeios e vice-versa como se o mundo fosse apenas deles. Os ciclistas são, hoje em dia, uma espécie de taxistas verdes, ou seja, em nome supostamente do ambiente consideram-se donos de estrada.
Basta ir a uma estrada nacional concorrida como a Marginal que liga Lisboa a Cascais para percebermos o perigo que representam, não apenas pela velocidade e obstáculo que apresentam,tanto mais que hoje em dia já não precisam de andar em fila indiana podendo andar em paralelo e obrigando os automóveis a guardarem penso que pelo menos 1.5 metros nas ultrapassagens (e isso, na maior parte das estradas nacionais com duas vias como a Marginal obrigaria, para cumprir o estabelecido ou a não se fazerem nunca ultrapassagens na faixa da esquerda ou a ultrapassar-se pisando o traço contínuo que divide as faixas).
Já para não falar no facto de muitas das vezes estamos na presença de pessoas que efectivamente pouco sabem andar de bicicleta.
Temos assim esta situação curiosa mas aberrante em que ciclistas podem andar livremente em espaços públicos sem qualquer registo, sem qualquer imposto de circulação e sem qualquer obrigatoriedade de seguro, convivendo alegremente com os outros meios de transporte. Isto supostamente em nome do ambiente (como se as cidades nacionais com subúrbios a 20 kms do centro pudessem usufruir efectivamente deste tipo de meio de transporte).
