9 de janeiro de 2010

Casamento

A mudança da lei, ontem aprovada, faz com que finalmente duas pessoas se possam casar livremente, independentemente do género.
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Não creio que Portugal se torne mais moderno ou tolerante com esta decisão (aliás, abomino as pessoas que se consideram tolerantes sobre o que quer que seja). Torna-se é, seguramente, muito mais justo e honesto.
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Agora não venham é com referendos só porque 90.000 pessoas assinaram uma petição qualquer. Direitos individuais não podem ser objecto de referendos. O direito de casar é individual e ninguém pode limitar essa escolha. Muitos argumentarão que é muita gente a assinar a petição. E depois? E se um de nós amanhã criasse uma petição a pedir um referendo ao fim do pagamento de impostos? Não deixaria de ter centenas de milhares de assinaturas, mas a ideia continuaria a ser muito estúpida.
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Vivemos numa sociedade em que as pessoas parecem querer viver as vidas dos outros e não as suas próprias. E isso sim é muito triste...

3 comentários:

Heidi disse...

Nesse caso qualquer outro referendo é individual: o referendo ao aborto, aos tratados, etc?

Miguel F. Carvalho disse...

a interrupção voluntária da gravidez sim...

o dos tratados não é individual...

todas as questões que pertencem ao foro individual de cada um de nós não devem ser referendadas... a decisão cabe a cada um, individualmente...

a existência da possibilidade de duas pessoas do mesmo sexo se casarem, não obriga terceiros a fazerem o mesmo... a existência do aborto legal não obriga ninguém a abortar...

o alargamento de direitos e deveres não implica a perda de direitos e deveres a outros...

Heidi disse...

Também no referendo do aborto, o SIM, não obrigava ninguém a fazer.
Para mim, não se trata de ser individual, mas sim de questões da organização e vivência em sociedade.