25 de agosto de 2010

Diário de Viagem

Com a quantidade de milhas que tinha acumuladas no cartão, e tendo em conta que ao preço a que as viagens estão na Europa não se torna compensador trocá-las por pontos, resolvi experimentar fazer o upgrade para a classe executiva (sempre são 11h de vôo até Maputo).
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Apesar de serem 40 mil milhas, acaba por ser compensador, não por termos acesso a lounges, tratamento prioritário das malas ou sermos os primeiros a sair do avião (de que vale isto se temos de ficar à espera que nos concedam o visto de fronteira?), tudo valentes mariquices!!, mas porque realmente os cadeirões são muito mais confortáveis e se transformam literalmente numa cama... mesmo no caso em que os aviões, tal como aquele em que fui, deva ter alguns 20 anos e precise a curto-médio prazo de uma reforma (mas sempre era oD. João de Castro!)
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Para além do cadeirão e da comodidade que proporciona, a grande diferença com a classe económica prende-se com a refeição (já que a existência de um ecran individual de vídeo com múltiplas opções só será uma mais valia para quem aprecie realmente ver filmes nas viagens). A abrir, uma bebida de boas-vindas, onde se inclui espumante (em copos de vidro! não daqueles das festas das crianças), seguido da entrega do menu para escolhermos, naquele caso, o jantar. O menu é composto por um conjunto de folhas em papel couché, com biografias ligeiras de chef's que contribuem para este repasto, bem como o menu e a carta de vinhos (parece haver uma obsessão pelas bebidas alcoólicas nos aviões). Assim é fácil de compreender os resultados económicos da transportadora nacional...
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E então o repasto constou de:
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Um amuse bouche (presumo que entrada) composta por mousse de beringela com tomate e farofa de hortelâ, bem como queijo fresco com tomate seco, azeitonas e coentros, isto tudo servido em copos tipo shot e com uma colher tipo cotonete. A juntar a isto, uma salada com frango marinado, camarão (um!!!), queijo da ilha, tomate seco confitado e manga.
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De seguida a sopa, um creme de feijão vermelho com mousse de abacate e coentros (servida para o prato através de um termo, o que lhe retira alguma elegância).
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Passando para o prato principal, a minha escolha recaiu no polvo confitado (eles gostam muito de confitar!!) com pinhões e alecrim, embora devesse ter antes optado pela vitela no forno com gnochi ou peixe espada no forno com banana corada e ervilhas tortas (só pela curiosidade das ervilhas tortas!!).
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Para sobremesa, várias opções: prato com queijo açoriano e terra raia com compota de alperce, ou pudim de limão ou fruta fresca (atenção não confundir com amor de água fresca!!).
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Depois a executiva tem aquela particularidade, penso que globalizada, de nos oferecerem uma bolsinha (especialmente horrível diga-se de passagem!) com um par de meias (suponho que para usarmos no avião, embora eu ache profundamente deprimente ver pessoas a passear de meias pelos corredores dos aviões!! e estas parecem roubadas do equipamento alternativo do Sporting), uma venda para olhos (um fetiche das companhias de aviação!! ou então para não repararmos que as assistentes de bordo já não são propriamente manequins - lá vêm os comentários de indignação habituais da classe corporativa!!), uma escova de dentes para bebés sem dentição e que se deve partir ao fim de 3 segundos, uma esferográfica tão minúscula que eu arrisco-me a dizer que será apenas para anões, uma calçadeira (seguramente para aqueles que se descalçaram!!!), um creme hidratante cuja cor da embalagem foge completamente ao padrão de todos os outros artigos e uns tampões para os ouvidos (isto sim a coisa mais útil, para levarmos para o trabalho...)
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2 comentários:

Angelo disse...

Olha, eu acho que passava fome!

KALASHNIKOV disse...

E Camaleão confitado, o meu caro viajante não provou. Pergunte ao pessoal da embaixada onde provar essa iguaria. Mas cuidado, esteja atento, pode ser venenoso e dar-lhe uma Valente indisposição. Não se deixe enganar com palavras de marketing.Boa viagem de regresso.