23 de janeiro de 2011

E o meu voto vai para...

... ninguém !!!
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Pela primeira vez na minha vida, não vou participar nas eleições. Serei mais um a engrossar (que verbo horrível!!) a percentagem da abstenção em Portugal.
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E isto tem a ver simplesmente com o facto de olhar para os candidatos e não me conseguir rever em nenhum deles (e eu não acredito em votos em mal menores).
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A esquerda não conseguiu encontrar nenhum candidato que me cativasse.
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Já há 5 anos Manuel Alegre não tinha sido a minha escolha. Este ano acho que apresentou a candidatura demasiado cedo provocando uma erosão à medida que os meses iam passando. Depois teve 2 problemas: a) não conseguiu apresentar uma única ideia distintiva do seu rival - aquela coisa de ser um republicano, democrata, anti-fascista, é tudo muito bonito mas em compêndios de ciência política; b) na única vez que foi à parede - caso do BPP - não apresentou uma justificação minimamente plausível.
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Alegre sofreu ainda do síndrome dos pais divorciados. Uma semana estava com PS, depois ao fim de semana ia ao Bloco de Esquerda, e assim sucessivamente, acabando por perder apoios nos 2 lados (se tiver menos votos do que há 5 anos, deverá tirar as suas consequências políticas, embora eu teme que vá desancar nos partidos que o apoiaram).
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Fernando Nobre foi uma desilusão, não sabendo até que ponto isso não poderá afectar a AMI. Até poderá ter um score interessante (entre 10 e 15% seria excelente) mas motivado pelo novidade que representa, um pouco como o que aconteceu com Alegre há 5 anos. Tem um grave problema de dicção, o que nestas circunstâncias se torna sempre um handicap imprevisível.
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Cavaco Silva foi igual a si próprio: pouco humilde, arrogante, mesquinho, sabichão. Mas a verdade é que inovou na última semana, ao incutir o medo nas pessoas, o chamado terrorismo político (o facto de, a existir uma 2ª volta, isso fazer mexer os mercados, o de não serem tempos para experiências, etc). E estará sempre indelevelmente ligado ao caso BPN.
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PS: mas ao menos La Liga hoje não pára...

1 comentário:

Pedro Ferreira disse...

Esse ninguém vai conseguir a maioria absoluta...