Em mais um episódio grotesco numa escola portuguesa, duas coisas a apontar:
- a lacidez com que os pais, hoje em dia educam os filhos, transferindo essa tarefa para o âmbito das escolas, torna-se um fenómeno preocupante. Rebeldia é algo que atravessa todos os adolescentes, faz parte do seu próprio crescimento. Agora o que assistimos aqui não é rebeldia, mas sim a mais pura e aberrante falta de educação e princípios. E isto é culpa dos pais.
- a atitude da professora, ao entrar no confronto directo com a aluna, demonstra acima de tudo uma falta de maturidade e uma dose de irresponsabilidade impressionantes. A figura do professor numa sala de aula é central, agregadora do poder e da condução da aula. Nas salas de aula existem regras, uma das quais é relativa ao uso de telemóveis. E existem sanções para quando se violam estas regras. E creio que nenhuma das sanções passe por andar a lutar com uma aluna pela posse do telemóvel (pura e simplesmente colocava a aluna no olho da rua). Descer ao nível da aluna representa uma perda de poder perante toda a turma e em nada dignifica a classe dos professores;
E agora só falta virem dizer que a culpa disto é da Ministra!!!!
9 comentários:
Ia fazer um post sobre isto mas já que te adiantas não irei, concerteza, cometer esse plágio :-))
Só não concordo contigo quando dizes que a professora desceu ao nível da aluna porque a senhora, no âmbito dessa conduta que sugeres, retirou-lhe o telemóvel para o entregar ao Conselho Directivo e abrir um processo disciplinar. Tê-lo posto na rua também não iria ter um comportamento diferente, concerteza, porque se a aluna entrou em confronto fisico por isto também o faria se fosse mandada para a rua.
A questão aqui é mesmo a falta de educação que muitos pais dão aos filhos e, pior, ainda os apoiarem nestes comportamentos.
Na realidade, as criancinhas não têm culpa porque aprendem com os paizinhos!
Neste momento ha 3 coisas que os mais novos não têm:
- Civismo;
- Respeito;
- Educação;
Não é que seja muito velho e não costumo usar a lema "no meu tempo...."... mas neste momento, se comparar-mos a juventude de hoje para a de uma meia duzia de anos atras (nem é preciso ir tanto atras) já se consegue perceber a diferença! Alguma vez um episódio destes era admitido numa sala de aulas?? O mais certo era haver "sopa de régua" da professora Emilia... ou uma dose de "varinha" do professor Afonso!
É esta a paga que a juventude dá aqueles (professores) que tentam dar-lhes alguma educação... aquela que lhes falta em casa....
Kikas, não acho que os professores tenham de tirar bens pessoais aos alunos para os entregar ao Conselho Directivo... O Conselho Directivo não é um posto da polícia.
A medida disciplinar sancionatória é colocar o aluno fora da aula, como medida de autoridade.
Esta situação é verdadeiramente aberrante...
Hoje em dia existe uma obsessão em que os filhos tenham telemóveis que constituem uma das principais causas de conflito nas escolas portuguesas.
Talvez devessem, por isso, ser proibidos no interior dos estabelecimentos de ensino...
Parece que hoje em dia não deveriam ser só os filhos a frequentarem aulas, mas os pais também deveriam de ter aulas em como educar os filhos...
Tem de haver uma consciencialização das famílias para que estas salientem aos filhos a importância do respeito pelas regras da escola e do civismo.
Talvez Miguel mas a aluna em questão já era repetente em mau-comportamento e já tinha sido várias vezes mandada para a rua. Pelos vistos a medida não lhe ensinou nada... acho bem que lhe tivesse tirado o telemóvel, já que é um instrumento para a falta de atenção da aluna e potencialmente destabilizador do resto da turma.
E não é que já ouvi isso???
É óbvio que a aluna em causa, além de ser uma grande mal-educada, precisa também de acompanhamento psiquiátrico.
A professora demonstra impreparação para se movimentar na "zona de guerra" em que algumas aulas se transformaram.
A generalidade dos alunos da turma revelaram impressionante falta de civismo ao não acabarem com a cena, afastando a miúda histérica da professora. Repare-se que há uma tentativa de separação por parte de um aluno, prontamente abortada pelos colegas, em favor da continuação do "espectáculo".
Mas o que mais me espantou foram as declarações de um representante das associações de pais que ouvi na Ant3na no próprio dia, a dizer que, apesar da indisciplina inaceitável, "o vídeo não era tão grave quanto se dizia", porque "a aluna não agrediu a professora". Pois não. Faltaram os murros e os pontapés. Ou será que era preciso dar-lhe com um taco de basebol e atirá-la pela janela fora para se poder qualificar o acto de "agressão"?
Ah, esqueci-me, tenho algo para dizer ao Olelas, em jeito de provocação:
Para quem ainda anda nos "vintes", tens um discurso de ancião... ;)
também me esqueci de mencionar a conduta execrável dos outros alunos...
Enviar um comentário