Adriana Calcanhoto - Vambora

Esta é uma música que eu adoro.

Podem chamar-me lamechas ou sentimentalista, mas gosto e pronto!! :)

O que é afinal o racismo?

Sempre me fizeram acreditar ser Portugal, o país onde nasci e vivo, um “país de brandos costumes”. A minha leitura deste lugar comum tantas vezes ouvido sempre foi muito diferente daquilo que a sociedade nos habituou. Em vez de um País calmo e tolerante, que penso ser o significado que virá em qualquer dicionário de ditos e frases feitas (a haver esse dicionário…), eu sempre associei a frase a um monte de xoninhas e totós. Por isso, sempre que a oiço pronunciar por alguém me dá um arrepio na espinha.

Mas o que é isso afinal de brandos costumes? Diz-se também, quando se fala de racismo, que Portugal é um país que sempre foi aberto a outros povos, sempre foi tolerante com outros povos… Mas será ou não Portugal um país racista? Ou melhor, será Portugal constituído, na sua maioria, por pessoas racistas?

É muito raro ouvir alguém dizer que é racista. Mas é muito mais habitual ouvir que alguém é tolerante… Mas o que é isso da tolerância? A mim parece-me uma coisa algo mesquinha… uma consdescência, uma complacência, um perdão, um assentimento das vontades alheias, uma benevolência… Não será então também a tolerância uma forma obscura de racismo?? Um agrado falso como se fosse um favor feito a outros. “Eh pá gostas de brancos/pretos/amarelos?” (ndr: escolher uma opção) “Não muito, mas tolero-os…”

Onde é que acaba essa tolerância e começa o preconceito? E onde termina o preconceito para se iniciar o racismo? É muitas vezes nestas zonas cinzentas, para mim, que se encontram os grandes problemas. Por serem muito mais complicadas de controlar…

Sabotage - Beastie Boys

Este é um dos vídeos de que eu mais gosto...

A paródia feita aos polícias, principalmente aos detectives, é muito boa... aqueles penteados, bigodes, a indumentária... 5 estrelas!!

Ah, é verdade, e música também é boa... Have Fun!!!

Good Bye Luanda

E aí está!! Regresso a Portugal já amanhã.

Quando criei o blog foi com o intuito de poder partilhar a opinião que tenho sobre alguns assuntos. Jamais foi com o intuito de tornar o blog numa espécie de diário, do estilo "hoje fui ao supermercado comprar batatas..." ou "o SL Benfica é o maior clube do mundo", embora neste segundo caso isto já me tivesse passado várias vezes pela cabeça (é verdade!! somos mesmo os maiores!!).

No entanto, as viagens ao continente africano são sempre experiências únicas e originais, não podendo deixar de partilhar isso com todos vocês.

Deixo assim algumas fotos do que é Angola, mas também se aplica ao que é o Mundo. A realidade é única mas a maneira como a vemos é que difere de pessoa para pessoa. E África é um expoente máximo nesse mundo de contrastes.

Um abraço a todos.

PS: E não Pedro, não 'comi' nenhuma mulata!!! (para não perderem tempo a perguntarem-me sempre o mesmo...) :-)

Piraña (ainda o Verão Azul)

Com o sucesso que o post do "Verão Azul" teve, o meu amigo Pedro Almeida fez questão de me enviar uma foto actual do "Piranha" (na foto, a ser carregado por três estarolas - vemos também, de vermelho, o grande Fernando Alvim, que coincide com o Pedro no facto de ambos serem uns "gandas malucos").

PS: para o caso de algum dos presentes na foto me colocar um processo em tribunal - por uso indevido e não autorizado de fotografias pessoais - aviso já que me vou defender alegando que um hacker violou o meu blog... só para que não percam o vosso tempo...

Ai as saudades...

Vou dar-vos umas pistas: Chanquete, Julia, Bea, Pancho, Tito, Piraña, Javi...

Já descobriram? Se disseram Real Madrid andam a ler demasiados jornais desportivos... Não, e também não é uma reportagem da revista Hola...

Se forem da minha geração já chegaram a uma conclusão e estarão agora a limpar as lágrimas... Vou dar-vos então alguns segundos para se recomporem...

Já está? Ok, para aqueles que não adivinharam isto é a famosa série "Verão Azul", que me mostrou pela primeira vez que os espanhóis falam depressa e aos gritos...

Além de me fazer assobiar enquanto pedalava vertiginosamente na minha velha BMX...

Memories... :-)

Zézinha e a Câmara dos Segredos

Não, não é um novo livro do Harry Potter (livrai-nos de mais Senhor!!). Ontem, o Presidente da Câmara Municipal de Lisboa (CML), Carmona Rodrigues (PSD), decidiu retirar os pelouros na CML a Maria José Nogueira Pinto (CDS/PP) por falta de confiança política, nomeadamente pelo facto de a mesma ter quebrado um acordo político entre ambos os partidos na governação do munícipio lisboeta, votando contra um dos nomes propostos para o conselho de administração da sociedade de reabilitação da baixa pombalina.

Há determinados princípios na vida que não devem ser quebrados: a dignidade, a honestidade, a lealdade... E, na eventualidade dos mesmos serem corrompidos, não deverá haver espaço, na maior parte dos casos, para hesitações quanto a tomadas de posição. No caso da CML, se o acordo político para governação implicava uma verdadeira coligação na tomada de decisões, tal afronta da Zézinha só poderia implicar a retirada dos pelouros, na medida em que deixou de haver confiança política.

Aliás, um dos problemas que grassa na política autárquica tem a ver com a inércia dos vereadores eleitos pelos partidos da oposição nos munícipios. Muitos não assumem qualquer pelouro, outros servem apenas de entrave à tomada de decisões. Pessoalmente, e para evitar estas situações, defendo que quem ganha as eleições de um munícipio deveria assumir integralmente todos os pelouros, ao nível da Presidência da Câmara (ao nível da Assembleia Municipal e de Freguesia admito a divisão partidária). Talvez só assim se conseguisse fazer um trabalho sério em prol dos munícipes.

A Sra. Maria José Nogueira Pinto teve uma declaração extraordinária há alguns anos atrás, quando o CDS se encontrava numa situação de impasse relativamente à liderança. Dizia ela na altura que se Paulo Portas concorresse à presidência do partido até o Rato Mickey lhe ganhava. Meses mais tarde, teve de concorrer com Paulo Portas e perdeu. É caso para afirmar que à Zezinha até o Pateta lhe ganha.

PS: mencionei aqui neste post duas figuras que admiro imenso: o Rato Mickey e o Pateta. Caso os mesmos se sintam ofendidos na sua dignidade por se verem comparados com elementos da direita ultra-conservadora, deixo desde já aqui as minhas sinceras e humildes desculpas.

November Rain

É um vídeo dedicado a todos vocês que estão em Portugal, não podendo assim contemplar o sol e calor de África.

Além disso é sempre uma forma de relembrar esta fantástica banda que foram o Guns N'Roses nos anos 80/90 (este vídeo é retirado de um super álbum que foi o Use Your Illusion I e II.

Oportunidade também para rever a supermodelo Stephanie Seymour (no papel da noiva)

É Natal, é Natal!!!

É verdade... Chegou o Natal. As ruas enchem-se de enfeites luminosos, as lojas decoram-se a preceito, as pessoas entram no ritmo natalício. Confesso, faço mea culpa, eu não gosto do Natal. Bem, não estou a ser inteiramente sincero, na verdade eu abomino o Natal. E não é tanto por aquilo que representa do ponto de vista religioso, que a mim me é particularmente indiferente, mas é tudo o que o envolve, talvez aquilo que para bastantes pessoas será a chamada magia do Natal. “Natal é quando um Homem quiser” diz o ditado, desde que não seja entre Janeiro e Outubro, acrescento eu. Mas lá chegaremos, já que nos começamos a preparar cada vez mais cedo para a quadra.

Estamos no início de Novembro e oiço na TV que algumas pessoas já compraram todas as suas prendas. Para mim este é o espírito do Natal: pessoas stressadas à procura de prendas para aquela tia Amélia ou para aquele primo Horácio que só raramente vemos, basicamente em casamentos e funerais. É não podermos entrar numa loja sem que tenhamos de ouvir cânticos de Natal (e se apanho os tipos do Coro Santo Amaro Oeiras este ano, juro que lhes vou à boca!!), pessoas que nunca vimos a desejarem-nos um Feliz Natal (mesmo que um mês antes, naquela mesma loja, nos tenham ignorado por completo), é saber qual é o brinquedo da moda para oferecer àquele afilhado ou sobrinho, o stress de fazer o maior número possível de doces típicos da época como se fossemos alimentar os refugiados do Sudão...

Para não falar na noite de Natal. A última chantagem dos pais para obrigar os miúdos a comerem o bacalhau com aquelas batatas e couves cozidas (se era para festejar porque não um bom bife ou hamburguer?), ameaçando-os de que se não comerem tudo o Pai Natal não passa lá em casa (onde é que está a Amnistia Internacional nestes dias??). E depois há aquela cena patética do familiar mascarado com umas barbas de algodão e com um fato de macaco vermelho que o cunhado arranjou na oficina... Ou então o truque de tocar a campainha e perguntar-mos muito admirados aos miúdos: “Quem é que será?” Porra, quem é que será??!!! O guarda-nocturno a pedir o pagamento das quotas, não?? E depois ainda dizemos aos miúdos para irem esconder-se rapidamente!! Bolas, enconderem-se do Pai Natal??? Que imagem é que damos aos miúdos? Que o Pai Natal é um pedófilo inveterado?? (se é para fazer esta cena, prefiro que vistam o vosso tio Toni de Pai Natal e barbas de algodão com o saco de serapilheira, do mal o menos...).

É assim que eu festejo o Natal. No dia 26 de Dezembro, no qual sinto finalmente que tenho descanso... Mas este ano vai ser diferente, vou tentar ser mais activo nesta quadra... Quando me confrontar, numa qualquer superfície comercial, com um Pai Natal a tocar um sino e a grunhir “Ooohhh, ooohhh, ooohhh!!” já sei o que fazer: dar-lhe duas lambadas na tromba!! Porque isto, meus amigos, é a magia do Natal...

I'm still alive...

Vídeo de 1991 dos Pearl Jam do seu primeiro álbum "Ten".

É uma declaração pessoal aqui de Angola: I'm still alive...

Problemas na Matemática?

Na última quinta e sexta feiras assistimos a mais duas greves gerais dos sectores da administração pública. Não vou colocar aqui em causa o direito à greve que assiste a todos os trabalhadores. Pessoalmente não gosto de greves, acho que não tem qualquer poder de resolução de eventuais problemas, originando, isso sim, uma perda económica para um País. No entanto, respeito o direito daqueles que a fazem. Nem sequer me vou propor a comentar os dias de semana escolhidos, inevitavelmente sempre junto a um fim de semana, porque acredito terem uma razão de ser (embora gostasse que os sindicatos um dia nos explicassem esse método de escolha).
A questão fulcral prende-se com o número de pessoas que terão aderido a esta mobilização. As centrais intersindicais falam em 80%, o Governo aponta para uma valor entre 8% e 12%. É impressão minha ou alguém não saberá fazer contas??

Mais uma sondagem publicada esta semana. O PS mantém-se à frente com cerca de 11% de avanço em relação ao PSD (43 para 32). Com tanta contestação nos últimos tempos, parecem-me números surpreendentes. Não haverá também aqui um problema de cálculo nas sondagens? Outro facto, menos relevante, tem a ver a com a posição do CDS/PP, agora já ultrapassado também pelo grupo dos votos Brancos/Nulos/Não Sei, caminhando lentamente para uma extinção anunciada.

PS: Angola festejou dia 11 Novembro os 31 anos de independência relativamente a um “regime colonial racista e fascista” (como é anunciado na televisão estatal angolana). Pela parte que me toca, como português, não renego o passado histórico nacional. Aliás, porque tenho a certeza de que hoje, connosco, não estariam piores...

Mito Urbano – As Hospedeiras

Quem é que nunca teve uma amiga na adolescência que não quisesse ser hospedeira (ou como agora lhes chamam, assistente de bordo). Nunca tiveram?? Get a life!!!

O mito das hospedeiras sempre existiu. As hospedeiras e as modelos eram as mesmas pessoas, ajudando a criar uma famosa equação: Hospedeiras = Modelos = Gajas Boas!! (ok, não será assim tão famosa... but you get the point!!).

Depois de ter viajado bastante, cheguei à conclusão que se criou um mito em relação às hospedeiras que não tem razão de ser (já repararam que viajar quebra-me todas as ilusões que fui criando ao longo da vida – não me digam também que os bebés não vêm de Paris trazidos por uma cegonha...).

E a verdade tem de ser dita: as hospedeiras já não são nenhuns aviões!!! Quanto muito, algumas serão uns parapentes (mas nem sequer daqueles a motor!!).
E isto deve-se um factor essencial: as mulheres perceberam que aquilo não é uma carreira aliciante... sejamos sinceros, para estar a servir tabuleiros de comida a pedantes, também eu preferia ser guarda prisional!! Outro problema tem a ver com a necessidade de também elas acumularem milhas, neste caso para atingir a reforma. Ora, onde é que se acumulam mais milhas? Nos voos de longo curso: Brasil, EUA, Caraíbas, Ásia... Inevitavelmente, qualquer aspirante a hospedeira vai ter de esperar longos anos para beneficiar desses percursos... Conclusão: Voos longos = hospedeiras cotas.

Por isso, quanto mais longo for o voo, mais velhas e desinteressantes serão as hospedeiras. As mulheres dirão que este é um pensamento machista. Têm razão... e então? Processem-me!!! (ou pensavam que gostamos de ver desfiles de moda pelas novas tendências?? Por alguma razão adoramos a Fátima Lopes!!!). Por esta ordem de razão, desaconselho vivamente os voos Lisboa-Los Angeles ou Lisboa-Pequim. Optem antes pelos menos cansativos Lisboa-Porto ou Lisboa-Bobadela (não, não é gralha, depois do TGV a passar por Évora, porque não um aeroporto na Bobadela? Deixem-me sonhar!!).

Outro dos problemas das actuais hospedeiras têm a ver com a maquilhagem. O que é aquilo?? Tiraram o curso de make-up onde? Com os maquilhadores do Exorcista? Com o pessoal do Carnaval de Torres Vedras? Porque é que não utilizam um espelho? É impressão minha ou os membros da tripulação mais femininos são actualmente os “assistentes de bordo homens” (está entre aspas porque considero que juntar as palavras assistentes de bordo e homens na mesma frase me parece claramente um erro de sintaxe... homem que é homem não quer ser assistente de bordo!!! Quanto muito é um Cláudio Ramos...).

Todos estes problemas são agravados se formos para África numa companhia aérea africana, com assistentes africanas. Um aviso muito importante: se escolherem ficar num lugar junto ao corredor, como eu para poder esticar as minhas pernas de gazela, evitem adormecer com as pernas no corredor ou com a cabeça inclinada para o lado do corredor. O mais provável é levarem com o carrinho da comida nos cornos ou ficarem com uma perna desfeita como o Mantorras. Ou pior ainda, levarem com as ancas daquelas mulheres!!!

Luanda - Crónicas de Viagem

E já estou em Angola!!

Mais uma viagem. Aliás, tenho tido o privilégio nos últimos anos de viajar bastante, em trabalho ou em lazer, e noto que o acto de viajar é cada vez mais aborrecido (ao contrário geralmente do destino em si). Cada vez se demora mais tempo a fazer check-in, controlos de segurança, atrasos, recolha de viagem, burocracias alfandegárias... Para Angola, no total, desde a saída de casa em Lisboa até à entrada no hotel em Luanda, podemos gastar cerca de 13 ou 14 horas (o voo dura 7h...).

Mas as viagens a África acabam por ser experiências únicas. Sempre que há voos para África, o aeroporto parece a Linha de Sintra em hora de ponta (mas sem os assaltos...), a zona do check-in enche-se de toneladas de bagagem e o barulho ensurdecedor das conversas aos gritos enche-nos os ouvidos (felizmente existem os iPod’s e afins).

No próprio avião, a desorganização parece ser tremenda. Lugares fixos e marcados parecem não ser condição especial para se viajar – estou profundamente convencido que as companhias de aviação africanas vão ser as pioneiras na criação de lugares em pé nos aviões... Distribuem-nos head-phones e mais tarde apercebemo-nos que não há música, nem sequer filmes... Para que nos deram aquela porra??! Mais tarde, percebi porquê: se pudessemos atribuir nomes às características ambientais do voo eu chamar-lhe-ia “Alaska” ou “Sibéria” (os head-phones seriam afinal para aquecer as orelhas).

Mas cheguei a África!! Não há nada como o cheiro de África, diziam-me no passado algumas pessoas... Outras falavam-me no magnífico pôr do Sol que podemos ver no continente africano... E eu, ingenuamente, alimentava essas ilusões... Pois bem, meus amigos, o cheiro em África é a gasóleo queimado!!... E o pôr do Sol até é capaz de ser bonito, poderia era durar mais de 3 minutos!!! (a passagem do Sol para a noite profunda é estupidamente rápida, arriscando mesmo dizer que nem chega a haver o famoso lusco-fusco). Obrigado por me terem destruído o sonho...

Viagem

Caros bloguistas, hoje parto para Luanda (Angola) em trabalho durante duas ou três semanas.

Mas parto com a convicção de que este blog servirá como diário de ligação a todos vós.

Tentarei, dentro do possível, manter o blog mais actualizado possível, com algumas crónicas do que é ser viajante hoje em dia, principalmente em África.

Um abraço a todos.

Dia de Halloween

Hoje celebra-se o Dia de Halloween, traduzido para Portugal como o Dia das Bruxas. Este dia tem vindo a assumir uma tradição crescente nacional, quanto mais não seja para uma série de pessoas apanharem uma valentes bebedeiras disfarçados de Dráculas, Morte ou mesmo de Lili Caneças.

É um dia cuja tradição remonta aos celtas do séc VII/VIII d.C. , tendo particular importância na cultura anglo-saxónica, nomeadamente na norte-americana. Nos EUA, as pessoas colocam abóboras luminosas à entrada das casas e as crianças, mascaradas, vão tocando de porta em porta pedindo doces/guloseimas (caso contrário pregam um susto/"travessura" às pessoas).

Em Portugal, jovens da Cova da Moura e Chelas têm vindo a fazer isso nos últimos anos, principalmente em lojas de telemóveis e de electrodomésticos (além disso os jovens pedem em Portugal, no dia 1 Novembro, o chamado 'pão por Deus' - lá vão aqueles palhaços acordarem-me amanhã cedo com a porra da campainha!!!).

Pessoalmente, vou festejar este dia da mesma forma que o faço todos os anos, isto é, ignorando-o por completo.

7.700.000.000 !!!!

Será este o valor, em Euros, que custará a megalomania de termos o TGV em Portugal. 7.700 milhões de Euros, qualquer coisa como 1.500 milhões de contos!! E os políticos em geral, não apenas aqueles que representam o Governo, têm o descaramento de não condiderar estes números verdadeiramente pornográficos, tendo em conta a situação actual do País e o futuro próximo que se avizinha.

Este projecto de novo-riquismo obrigará à construção da terceira travessia do Tejo, bem como incentivará as mentes mais megálomanas a justificarem também a necessidade do novo aeroporto da OTA, custo do qual, atenção, não se encontra incluído neste número fantástico que nos foi apresentado (mas acredito serem mais umas centenas de milhões de contos…).

Atendendo à dimensão do país, justificar-se-á assim tanto a aposta num ganho de cerca de 1.5 hora na ligação Lisboa-Porto (no máximo). Será que passar de um trajecto de 2h45m para outro de 1h30m será assim tão relevante para o desenvolvimento do país? Tendo em conta que, pelas experiências que me têm contado, a ligação feita actualmente pelo Alfa Pendular tem já uma excelente qualidade…

Outros afirmam que a proximidade ao país vizinho se torna cada vez mais fundamental. Eu já me desloquei a Madrid no comboio internacional. Considero que não foi uma experiência muito satisfatória, tendo em conta a duração da viagem (cerca de 8 horas). E isto com um custo de cerca de 110 € (ida e volta). E uma viagem Lisboa-Madrid no TGV custará quanto? 200 €, 300 €?? Com a quantidade cada vez maior de transportadoras aéreas low-cost, não será preferível nessa altura continuar a viajar de avião?

Dá-me a impressão que anda tudo doido!!! Mas se os nossos políticos andam tão empreendedores, deixo aqui algumas sugestões que creio também serem fundamentais para o País:

a) uma estação inter-espacial exclusivamente portuguesa;
b) o fabrico do maior pão com chouriço em solo lunar;
c) a candidatura de Barrancos aos Jogos Olímpicos 2016;
d) ….

O Amigo Oculto

A ideia que nós temos de alguns dos nossos amigos é serem uns chamados “grandes cromos”. Tal como nós talvez sejamos os ditos “cromos” para outras pessoas. Mas é isto também que torna os nossos amigos pessoas especiais.

Vem isto a propósito do facto de, recentemente, um amigo meu me ter dito que foi consultar uma cartomante. Porra, um gajo não recebe uma notícia destas de ânimo leve!! Dos amigos aceitamos quase tudo: que sejam gays, que já tenham votado CDS, que sejam do Sporting e até, embora esteja quase no limite, que sejam fãs de Delfins!!! Agora ir a uma bruxa já me parece ultrapassar a fronteira entre a razoabilidade e a demência!!!

Uma cartomante não é mais que uma pessoa que “lê” a vida das pessoas em cartas. E eu sempre pensei que fosse em cartas do Tarot, esse tipo de baralho inventado pelos bruxos… Mas no caso deste meu amigo, a técnica utilizou um baralho normal!!! Não sei se terá retirado os jokers (e os 8, 9 e 10), mas a minha pergunta é: será que também funciona com um baralho do UNO??!!! Ou com os cartões do Trivial Pursuit??!!

Creio que assim o mercado da bruxaria não irá longe… Antigamente havia técnicos conceituados como o Professor Karamba (talvez o nome artístico melhor conseguido de sempre, a par com Kikin e Bibi) e o Professor Fofana (faz-me sempre lembrar lesbianismo, não sei porquê) … Esses mesmos que partilham as páginas de Classificados dos jornais com “Brasileira roliça , peito 42, bumbum arrebitado”…

Qualquer dia temos videntes a lerem-nos o futuro em borras de café ou em salgadinhos… Ainda recentemente realizou-se a Feira do Ocultismo no Alvaláxia, esse fantástico espaço comercial que o Sporting criou para albergar uma ou duas lojas (e algumas pessoas em dias de chuva…). Aqui se vê como vai o negócio da bruxaria… Não conseguiam arranjar um lugar um bocadinho melhor?? Sei lá, uma cave no Martim Moniz? Um contentor no porto marítimo?

Te quiero, coño!!

Há cerca de 3 semanas, o semanário Sol trazia nas sua páginas uma sondagem alusiva a uma hipotética união de Portugal a Espanha. Segundo a mesma, 27,7% dos portugueses não se importariam de ver o seu país integrado em Espanha.Curiosamente, a mesma sondagem em Espanha pela revista Tiempo mostrava que 45,5% dos espanhóis não se importariam de ver Portugal tornar-se numa nova província espanhola.

Os arautos da história da pátria lusa ficaram logo incomodados com tal afronta, como se os resultados da sondagem pudessem reflectir, de per si, qualquer interesse diplomático na mesma. Não deixa de ser curioso que, passados mais de 300 anos desde a restauração da independência, ainda bastantes portugueses vivam sob o medo ou ameaça da invasão territorial espanhola. Hoje os territórios não passam mais de meros espaços económicos, e o nosso, meus caros, lamento desiludir-vos, já há muito que foi ocupado pela tal “ameaça” espanhola.

Muitos de nós vivemos ainda obcecados com esse fantasma, talvez por ser o único país com quem fazemos fronteira. A realidade de “nuestros hermanos” é muito diferente, como podemos verificar com o contacto directo com as suas gentes. Eles simplesmente estão-se a borrifar para Portugal!!! Vivem de costas voltadas, centrando as suas atenções nos países mais centrais da Europa, onde se tomam realmente as mais importantes decisões.

Estas sondagens são promovidas por uns iluminados nacionais como forma de acicatar o patriotismo nacional, cada vez mais refém apenas dos resultados da Selecção. Servem para provocar o português, para ouvi-lo dizer que Portugal tem as fronteiras terrestres mais antigas do Mundo (como se isso, de certa forma, nos servisse para alguma coisa). Do lado espanhol, vejo-o como uma necessidade de contrabalançar a crescente perda de unidade nacional alicerçada no separatismo basco e catalão.

Pessoalmente, num inquérito/sondagem, sem responsabilidades, não teria qualquer pejo em aceitar essa ideia de Iberia, na medida em que até acho que não ficaríamos pior. Agora, em sede de um referendo oficial, não creio que votasse no sentido dessa opção integracionista. Aliás, creio até que faria muito mais sentido a integração da Galiza em Portugal.

É a economia de mercado, estúpido!!!

No início da semana fomos surpreendidos com a notícia de que o custo da electricidade em Portugal iria aumentar cerca de 15%. O Secretário de Estado da Energia afirmou, num tom deveras agressivo, que a culpa do défice era dos consumidores, que andaram anos a pagar muito menos do que deveriam. Ontem veio pedir desculpa pelo tom, que “todos temos dias maus” (alguém também estaria a ter um dia mau quando o convidou para o cargo…). Entretanto o Governo, pela voz do Ministro das Finanças veio afirmar que vai ser alterada a lei, com vista ao aumento não ser tão pesado para os consumidores.

A mim, este aumento, na altura em que é anunciado, parece-me suspeito. Não será já uma forma de acautelar a entrada de novos fornecedores de electridade no mercado, com a liberalização da energia? Nomeadamente as empresas espanholas, que só estarão interessadas no minúsculo mercado português caso isso realmente lhes traga abundantes mais valias.
A liberalização dos mercados em Portugal, ultimamente, tem funcionado como um verdadeiro fenómeno. Quando se espera, e de acordo com as mais variadas teorias económicas, que a liberalização traga benefícios para o consumidor, nomeadamente melhores preços e serviços, assiste-se à situação contrária. Com a liberalização do preço dos combustíveis, estes aumentaram imediatamente, como se as companhias petrolíferas estivessem a funcionar em cartel. Agora, temos a questão da electricidade.

Será que a verdadeira economia de mercado não funciona em Portugal?

A Bandeira Nacional

Ontem o Sr. Presidente da República recebeu, em audiência, a melhor triatleta mundial do momento, Vanessa Fernandes, que curiosamente é portuguesa e benfiquista. Tal acto teve como propósito, e bem na minha opinão, realçar a capacidade que os Portugueses têm de ombrear com todos os povos do mundo nas mais distintas áreas.

O protocolo deste tipo de audiências sugere que sejam trocados presentes entre as partes. Vanessa ofereceu ao Sr. Presidente um equipamento com o qual havia ganho uma das suas últimas provas. O Sr. Presidente resolveu agraciar a atleta com uma bandeira nacional, estando aqui o cerne da questão. A bandeira e o hino são símbolos nacionais com um significado muito próprio, exigindo assim um tratamento adequado àquilo que representam. O Sr. Presidente recebeu a bandeira, dobrada impecavelmente numa caixa. E assim a deveria ter entregue. No entanto, resolveu retirá-la da caixa, apresentando-a à atleta como se estivesse a mostrar um qualquer atoalhado, a um qualquer cidadão espanhol, numa qualquer loja de Vila Real Santo António. Para além disso, nas fotos oficiais, aparecem os dois com a bandeira estendida, mas encontrando-se esta virada ao contrário (“de pernas para o ar”, numa expressão mais comum, acto que em muitos países até é considerado subversivo).

Nada me move contra o Sr. Presidente. Agora, a constante má utilização deste símbolo nacional que é a bandeira já me começa, sinceramente, a irritar solenemente. Acabamos por ver a utilização da bandeira nos mais diversos fins:
a) toalhas de mesa em congressos partidários;
b) lenços para a cabeça;
c) capas (estilo Super-Homem nos jogos);
d) penduradas nos estendais com molas;
e) descerrar de lápides/placas comemorativas;
f) etc…

Não sou nacionalista e considero-me um patriota q.b., mas acho que se torna necessário ter um maior respeito e consciencialização pelo significado dos símbolos nacionais.