1h30 de avião até Tete, mais 150 kms até ao Songo e eis-me naquele lugar por mim apelidado há 2 anos, aquando da minha 1ª vinda, de “o último enclave colonial português”. Aqui respirei os ares coloniais que nunca cheguei a viver fruto do 25 Abril. Não vou discorrer sobre se eram bons ou maus tempos, o curso da História tratará de esclarecer isso.
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No aeoporto de Tete, enquanto me encaminho para o tapete rolante de 5 metros onde vou recolher a bagagem, sou brindado com cartazes “Cahora Bassa já é nossa!”. Façam-lhe bom proveito, espero eu, já que é uma obra grandiosa que deve encher de orgulho todos os Portugueses e Moçambicanos.
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O caminho para o Songo é um serpentear da estrada pelos campos verdejantes (fruto da época das chuvas) até às montanhas, avistando aqui e ali um aglomerado de palhotas e alguns autóctones a apascentar o gado (isto agora quase parecia poesia pura, mas daquela que vem nos pacotinhos de açucar ou nas tampas de iogurte... serpentear? autóctones? F***-se!! Que paneleirices!!).
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As pessoas estão sempre a dizer de uma série de coisas que “isso fica no fim do mundo!” ou no “isso fica no cu de judas” (também um título de uma obra de Lobo Antunes). Posso assegurar que é mentira!!! Eu estou cá e não há absolutamente nada vísivel do que essas pessoas dizem!!!!
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Songo é um lugar que, não existindo a barragem, nunca existiria. Mesmo agora é difícil dizer que existe, se fizermos uma abordagem puramente ocidental do conceito de existência. Aliás, não deveria chamar-se Songo, mas sim Cahora Bassa, já que todos dependem da barragem. Um supermercado, uma dependência bancária, uma bomba de gasolina, um restaurante, tudo é uno nesta terra (e não estou a referir-me ao jogo de cartas).
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As pessoas da empresa dividem-se por casas térreas, vivendas pré-fabricadas construídas do tempo colonial. Fiquei alojado no chamado Centro/Clube Social, onde fica geralmente o pessoal expatriado solteiro. Pequenas casas também pré-fabricadas, ao estilo de bungalows, com quarto, casa de banho, cozinha e sala, apoiadas por um restaurante e uma (dizem) piscina que não me merece muita confiança (é também no restaurante que se respira colonialismo, sobretudo pelo mobiliário, parecendo que sou um personagem daquela série da RTP – “Conta-me como foi” será o nome?).
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TV e net é que fazem falta (a minha sede pelo acompanhamento noticioso é quase insaciável – e já agora o meu, o nosso, SL Benfica). Se a net é compensada no escritório, a TV tem de ser invariavelmente suprimida pelo filmes, séries e livros que trouxe. O Prison Break já foi até onde era possível – episódio 8 da 3ª série, agora é com vocês argumentistas, acabem lá com a greve! -, a seguir vou estrear o Dexter e ainda tenho a última série do Seinfeld guardada para os momentos mais difíceis (acabar de jantar às 20h e regressar ao silêncio da casa vai doer lá mais para a frente). O livro do Ricardo Araújo Pereira (“Boca do Inferno”, Edições Tinta da China), foi em dois dias, o qual aconselho vivamente a todos aqueles que gostam de ironia, comédia e estupidez na forma escrita (um pouco do que encontram aqui neste blog... mas em bom!)
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No aeoporto de Tete, enquanto me encaminho para o tapete rolante de 5 metros onde vou recolher a bagagem, sou brindado com cartazes “Cahora Bassa já é nossa!”. Façam-lhe bom proveito, espero eu, já que é uma obra grandiosa que deve encher de orgulho todos os Portugueses e Moçambicanos.
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O caminho para o Songo é um serpentear da estrada pelos campos verdejantes (fruto da época das chuvas) até às montanhas, avistando aqui e ali um aglomerado de palhotas e alguns autóctones a apascentar o gado (isto agora quase parecia poesia pura, mas daquela que vem nos pacotinhos de açucar ou nas tampas de iogurte... serpentear? autóctones? F***-se!! Que paneleirices!!).
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As pessoas estão sempre a dizer de uma série de coisas que “isso fica no fim do mundo!” ou no “isso fica no cu de judas” (também um título de uma obra de Lobo Antunes). Posso assegurar que é mentira!!! Eu estou cá e não há absolutamente nada vísivel do que essas pessoas dizem!!!!
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Songo é um lugar que, não existindo a barragem, nunca existiria. Mesmo agora é difícil dizer que existe, se fizermos uma abordagem puramente ocidental do conceito de existência. Aliás, não deveria chamar-se Songo, mas sim Cahora Bassa, já que todos dependem da barragem. Um supermercado, uma dependência bancária, uma bomba de gasolina, um restaurante, tudo é uno nesta terra (e não estou a referir-me ao jogo de cartas).
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As pessoas da empresa dividem-se por casas térreas, vivendas pré-fabricadas construídas do tempo colonial. Fiquei alojado no chamado Centro/Clube Social, onde fica geralmente o pessoal expatriado solteiro. Pequenas casas também pré-fabricadas, ao estilo de bungalows, com quarto, casa de banho, cozinha e sala, apoiadas por um restaurante e uma (dizem) piscina que não me merece muita confiança (é também no restaurante que se respira colonialismo, sobretudo pelo mobiliário, parecendo que sou um personagem daquela série da RTP – “Conta-me como foi” será o nome?).
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TV e net é que fazem falta (a minha sede pelo acompanhamento noticioso é quase insaciável – e já agora o meu, o nosso, SL Benfica). Se a net é compensada no escritório, a TV tem de ser invariavelmente suprimida pelo filmes, séries e livros que trouxe. O Prison Break já foi até onde era possível – episódio 8 da 3ª série, agora é com vocês argumentistas, acabem lá com a greve! -, a seguir vou estrear o Dexter e ainda tenho a última série do Seinfeld guardada para os momentos mais difíceis (acabar de jantar às 20h e regressar ao silêncio da casa vai doer lá mais para a frente). O livro do Ricardo Araújo Pereira (“Boca do Inferno”, Edições Tinta da China), foi em dois dias, o qual aconselho vivamente a todos aqueles que gostam de ironia, comédia e estupidez na forma escrita (um pouco do que encontram aqui neste blog... mas em bom!)
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Bolas! Isto já quase parece um diário de gaja!!! Sempre a queixar-se e lamuriar-se!!! Toma um Trifene que isso passa, ó palhaço!! lol
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PS: para quem viu e gostou da "Cidade de Deus" aconselho agora o filme brasileiro "Tropa de Elite" acerca das favelas cariocas, na visão do BOPE (Batalhão de Operações Especiais), o filme mais visto de sempre do Brasil. Bastante bom.
7 comentários:
olha lá, não existem gajos da asae aí em moçambique????
ó Miguel, pá, queres noticias do Benfas?! Continua a mesma treta mas descobriu-se agora que um capitão pode fazer o que bem entender porque "É O CAPITÃO"!!! E como tal essa posição dá-lhe a vantagem de ter menos responsabilidades perante os adeptos...fabuloso!!! ;)
Ah, e devias ter levado um portátil e o "Manager"....só para quando acabassem os filmes e séries... ;)
ABRAÇO e boa estadia
Opah Vi a "Cidade de Deus" obrigada pela dica...
apesar de fazeres uma descrição pormenorizada da tua situação aí, e essa paisagem magnífica, etc tou com peninha de ti...bolas, deves fartar-te de ver os filmes, já te devem doer os olhoooooossssss
Oi gajo, estou a ver que as coisas por esse lado estão semi-encaminhadas :)
Quanto ao SLB, pá... ganhas mais em ver wrestling - pelo menos sabemos que estão na brincadeira!
Beijitos ;)
mtheman, se o clima contra a ASAE continuar assim, qualquer dia estão cá exilados...
sadeek, tive quase a trazer mas seria frustrante verificar que também no jogo o plantel do Glorioso é sofrível... lol
Heidi, enquanto ainda tiver filmes e livros...
Cristina, mas jogam o Bynia e o Petit juntos também vemos wrestling...
pena nao teres conhecido o songo nos bons velhos tempos....o melhor lugar onde ja vivi....e k saudades..boa estadia,e aproveita cada dia pois as saudades vao ser de morrer,acredita...
Belo sitio, onde tambem vivi
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